domingo, 6 de novembro de 2011

Fala de Jesus com Zacarias


Não te amofines, Zacarias, por tudo aquilo que está para acontecer, pois tudo isto já foi preparado por Meu Pai há muitos e muitos séculos. Agora chegou a hora da libertação dos erros. Será árduo o trabalho, mas doce a vitória.
                Ouvindo-lhe a palavra inspirada com a qual Jesus pretendia ensiná-lo a ser diferente na análise das coisas, Zacarias se sentiu encorajado a comentar:
                - Mas por que é necessário o sofrimento de um ser tão puro para que os homens acordem para a verdade, Senhor?
                - A natureza não salta pelas etapas que lhe cumpre obedecer. Sempre que desejamos melhorar as coisas, impõe-se que nos aproximemos do erro e suportemos a sua companhia, sem qual nunca o corrigiremos. Há pessoas que pensam que belos discursos podem alterar as almas. Põem-se a falar de belas ideias com belas palavras como se pregassem do alto de uma colina aos miseráveis do vale. Estes os escutam, mas não o seguem. Estão cansados e feridos demais para subir a montanha. Além disso, esse pregador é um desconhecido a quem não admiram nem respeitam. Como pode um médico tratar de doenças se nunca viu um doente? Por mais que tenha conhecimentos teóricos, nunca terá credibilidade nem acertará os diagnósticos a não ser quando se aproximar do enfermo malcheiroso e examinar-lhe as feridas.
                Assim, Zacarias, quando pretendemos ser instrumentos do Bem, precisamos nos valer das almas do Bem e descer ao vale da maldade.
                Os maldosos estão armados com armas que julgam ser as que mais lhe garantem a proteção. Até que acreditem no forasteiro, que veem como um invasor de sua tranquilidade miserável, tentarão proteger-se com suas armas.
                Se o pregador do bem não for tão bom como pensa, afastar-se-á do desafio, desistindo de ajudá-los.
                E se o pregador não se valer do escudo da bondade que está pregando e, colocando-o de lado, defender-se com as mesmas armas agressivas dos que o açoitam, igualmente deixará de merecer o crédito em tudo aquilo que está falando, pois seus ouvintes identificarão nele um igual, sem nenhuma coisa diferente a mostrar-lhes.
                Assim, os que descem ao vale, mais do que de palavras devem estar revestidos de fortaleza moral, perseverança, paciência, confiança em Deus e absoluta renúncia e abnegação para aceitar os golpes e agir por padrões que os enfermos da ignorância desconhecem. Só assim dará provas de que está portando um poder novo e maior do que aquele que os demais pensam ser o único que existe.
                Ensinar sem viver é oferecer rosas às areias do deserto.
                Suportar as agressões com uma outra maneira de ser, ensinará aos que vivem nas trevas que a luz é mais poderosa do que qualquer outra coisa.
                Sabendo brilhar em vez de se tornar opaca, quando mais treva a envolver, mais luz se destacará para confundir os trevosos e ensinar-lhes um novo caminho que eles não conhecem, ainda.
                E, mesmo que com cicatrizes profundas e ferimentos dolorosos, a tarefa daquele que aceita descer ao vale com a perseverança de educar pelo exemplo irá ser recompensada pela grande quantidade de criaturas que deixarão as trevas e aceitarão o reino da luminosidade, acompanhando o devotado servidor que aceitou ser machucado para que os outros despertassem.
                E se o pregador se retirasse ante as primeiras pedradas?
                Não seria digno da tarefa para a qual foi enviado.
                Assim é com tudo na vida, Zacarias. Quem faz o bem e não sofre por isso, está longe de ser bom realmente. Quem sofre fazendo o bem e persevera, sem desistir, sem se abater, sem desanimar e sem ter raiva dos que o agridem ou que não o compreendem ou ajudam, este sim, é digno de ser reconhecido como estrela que brilha o emissário de Meu Pai, agente do Amor.
                Os que pensam bons, mas não possuem cicatrizes da luta, são ainda os pregadores do alto da montanha.
                Falta descer ao vale das misérias humanas e sofrer com a sua companhia para ajudar a melhorá-las para aperfeiçoarem, como próprio testemunho, a bondade que pensam, inocentemente, já estar desenvolvida dentro de si próprios.
               
                “Trecho do livro O Amor Jamais Te Esquece, onde Jesus explica por que do seu sacrifício,a um discípulo (os setenta).

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